ORIGEM: A TOPONÍMIA E O ORAGO
Ao longo dos anos, a designação da freguesia foi sofrendo alterações, até chegar à atual designação.
BELINHO é um antropónimo proviniente do nome romano Belinus. A sua origem remonta à romanização, o que leva a crer que, em tempo, os romanos povoaram estas terras.
À data de 1135, D. Afonso Henriques doou ao arcebispo de Braga, D. Paio Mendes, a Igreja de S. Félix de Belínio, com todos os direitos que lhe pertenciam.
Mais tarde, nas Inquirições de 1220, Belinho é mencionado como "freguesia de Sanfins de Belio", sendo o orago conhecido como "Sancto Felice". Nas Inquirições de 1320, a freguesia recebe o nome de "Ecclesia Sancti Felicis de Belin" e o orago "Sancti Fiis". Em 1400, esta surge com o nome de "San Fizz de Belinho" e, em 1528, de "S. Finz de Velinho", anexado ao Cabido de Braga.
É em 1749, após as Inquirições, que surge a designação atual do orago e respetiva denominação da freguesia: S. Pedro Ad- Víncula Fins de Belinho.
Nas "Memórias Paroquiais de 1758" verifica-se que Belinho integrava o "termo da Villa de Barcelos, aonde pertence", sendo que só na centúria seguinte passou a integrar o concelho de Esposende.
Segundo o autor Augusto Vieira, a freguesia de Belinho pertencia à Casa de Bragança, existindo ainda marcas desse facto. Exemplo dessas marcas são o escudo das armas reais e a letra "B" que se encontram gravadas em alguns Marcos que dividem a freguesia de Belinho das freguesias ao seu redor.
Muitos destes marcos dividem as freguesias de Belinho e Mar: a Pedra Redonda, o Marco da Junqueira de Baixo, o Marco de Trigomareu, o Marco da Estrada Nacional, o Marco da Bouça Grande, o Marco da Bouça Redonda e o Marco do Nordeste da Aspara. No topo do monte, considera existir-se um marco geodésico que divide as freguesias Mar e Belinho, o "Picotinho".
Outro facto histórico que envolve a Casa de Bragança localiza-se na fronteira entre Belinho e Vila Chã (Lugar de Fontelas), onde é possível encontrar vestígios de uma mamoa grande, da qual apenas resta a superfície e que aparenta estar intata. A cerca de 200m há ainda um outro marco da Casa de Bragança. Ambos remontam ao III/II milénio a.C.
[AA.VV. (1998) – Esposende, A Terra e o Homem. Anégia Editores.]
[NEIVA SOARES, Franquelim (2001) – Memórias S. Bartolomeu do Mar. Edição do autor.]
Marcos divisórios entre Belinho e Mar
1. Pedra Redonda (Pedra Louseira/Loureira)- Marco divisório entre Belinho e Mar: encontra-se por baixo do facho e cobre-se de água na maré-cheia.
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2. Marco da Junqueira de Baixo- Marco divisório entre Belinho e Mar: localiza-se na Bouça da Cardosa, hoje Junqueira de Baixo.
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3. Hipotético Marco na Senra- Marco divisório entre Belinho e Mar: atualmente, a sua existência é ignorada, acreditando-se ter sido demolido ou movimentado. Localiza-se na Bouça do Carregal (hoje Carregais).
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4. Marco de Trigomareu- Marco divisório entre Belinho e Mar: antigamente encontrava-se em Marouços (Merouços, Maroussos) Ruivos e hoje está em Trigomareu.
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5. Marco da Estrada Nacional- Marco divisório entre Belinho e Mar: em Carreira Cova na Estrada Nacional de Viana ao Porto.
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6. Marco da Bouça Grande- Marco divisório entre Belinho e Mar: na Estrada Real, a nordeste da Bouça Grande.
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7. Marco da Bouça Redonda- Marco divisório entre Belinho e Mar: por detrás do Picoto, na Bouça Redonda.
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8. Marco do Nordeste da Aspara- Marco divisório entre Belinho e Mar: na Ponta da Aspara, na estrada da Torninha para Vila Chã.
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